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14 de março de 2009

14 DE MARÇO - DIA NACIONAL DA POESIA

No dia 14 de março comemora-se o Dia Nacional Da Poesia.

Dia em que nasceu o nosso Poeta dos Escravos, Antonio Frederico de Castro Alves.






MEMÓRIA PÓSTUMAS DE CASTRO ALVES

(Fragmento)

Nascimento e Infancia
Morri no dia 6 de julho de 1871, às três e meia da tarde, na cidade de Salvador. Nasci no dia 14 de março de 1847, na fazenda das Cabaceiras, perto de Curralinho, cidade que hoje tem o meu nome. Não estranhem o fato de eu começar minhas memórias pela data da morte. Diante da eternidade, não há muita diferença entre o que é princípio e o que é fim: tudo se mistura, se apaga e se acaba na roda-viva dos séculos.Meus pais foram o doutor Antônio José Alves e dona Clélia Castro, filha de José Antônio da Silva Castro, que foi um dos heróis da Independência da Bahia, conquistada em 2 de julho de 1823. Em muitas províncias os portugueses não acataram a proclamação do Sete de Setembro, e queriam nos manter atados à Coroa lusitana. Na Bahia, meu avô materno ajudou a derrotar o general Madeira, comandante das tropas inimigas, e com isso confirmar a Independência do Brasil. Papai foi um médico famoso. Estudou na Europa, de onde enviava cartas bem românticas à minha futura mãe. Casaram-se, e logo encomendaram a prole: José Antônio foi o primeiro; eu, Antônio, o segundo; Guilherme, o terceiro; sem esquecer João, de morte prematura. Essa seqüência masculina só foi quebrada em 1852, com o nascimento de Elisa.


A escola e os primeiros poemas


A vida na fazenda começava a ficar limitada demais para a ambição de meu pai. No começo de 1854, fomos morar em Salvador, na rua do Rosário nº 1. Esta casa, que marcaria de forma definitiva a minha vida, era cheia de lendas e mistérios: uma linda moça, Júlia Feital, nela foi assassinada pelo noivo, que, louco de ciúmes, a teria fulminado com uma bala de ouro.
Nesta casa nasceram minha querida irmã Adelaide e a caçula Amélia, em 1855, empatando em 3 x 3 o jogo entre homens e mulheres.
Além de praticar a ciência, papai era dado à pintura. Em 1856, foi um dos fundadores da Sociedade das Belas-Artes da Bahia, mesmo ano em que iniciei os estudos no Colégio Sebrão.
Mas logo me transferi para o Ginásio Baiano, do doutor Abílio César Borges, futuro barão de Macaúbas. Para a época - 1858 - as idéias do doutor eram o máximo: estudávamos várias matérias ao mesmo tempo, não recebíamos castigos físicos, éramos incentivados a participar de torneios literários.
Para mim, que já trazia o amor Améliaà arte cultivado em família, foi uma espécie de preliminar (desculpem a imodéstia) para a glória futura.
Celebrávamos principalmente as datas cívicas, e esse amor prematuro aos feitos brasileiros deixou sementes que iriam germinar na minha poesia de adulto. Eu já gostava de falar em público, de recitar poemas que, cuidadosamente, anotava num caderninho. Mais tarde, tive a sabedoria de dar fim a essa poesia, impedindo que os primeiros textos de Cecéu (como eu era conhecido) fossem publicados em livro.
Desse período, a péssima notícia foi a morte de mamãe, em 1859, aos 33 anos. Desesperado, meu irmão tentou o suicídio. Não gosto de falar disso. Diferente de outros poetas, me incomodaria retratar minha mãe nos poemas. E o mano teve uma reação de louco. Loucura e morte eram os temas da moda: eu sofri os dois na carne.

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